Nasceu no dia de hoje, em 1901. Faria 111 anos - um número irrisório para quem vive eternamente como um dos ícones mais emblemáticos do Cinema.
Foi cantora e atriz (como todas as meninas
hoje em dia querem ser), mas o seu estatuto enquanto estrela ultrapassa o
que poderia escrever num qualquer currículo a seguir a "Profissão:".
Reconhecida pelo seu estilo pessoal peculiar, eternizada oela voz distinta, e relembrada pelo incontornável sex-appeal, Maria Magdalene Dietrich von Losch foi uma das mais glamourosas protagonistas cinematográficas dos anos 30 e 40.
Nascida em Berlim, Alemanha, a 27 de
Dezembro de 1901, tinha seis anos quando o pai, um oficial do exército,
morreu. Foi mais tarde adotada pelo padrasto, Edouard von Losch, com
quem a mãe casou quando Dietrich tinha 15 anos. Frequentou uma escola
privada, onde aprendeu francês e inglês, e teve ainda aulas de violino, com o intuito de um dia fazê-lo profisisonalmente - contudo, uma lesão no pulso deitou o sonho por terra.
Interessada no teatro e poesia enquanto
adolescente, foi só em 1922 que fez a sua primeira audição para um papel
principal, na Academia de teatro do realizador austríaco Max Reinhardt. Ainda que não o tenha conseguido, fez pequenos papéis para o realizador e foi trabalhando como uma das raparigas do coro.
Casou-se com Rudolf Sieber, em 1923, que conheceu no cenário de um outro filme no ano anterior, e foi mãe daquela que seria a sua única filha, Maria Elisabeth Sieber, em Dezembro de 1924 - a filha que escreveu, em meados dos anos 90, uma biografia sobre a mãe, intitulada "Marlene Dietrich".
Cresceu em papéis cada vez mais importantes, no pequeno ecrã, mas seria a sua personagem Lola-Lola, em "The Blue Angel" (1930), que a faria dar o salto para o Cinema - e Hollywood. Foi neste filme, também, que a sua melodia de assinatura, "Falling in Love Again", se ouviu pela primeira vez.
Na sequência do êxito desta película, Dietrich muda-se para Hollywood, sob contrato com os estúdios da Paramount Pictures - a ideia era que a atriz germânica fosse uma espécie de resposta à sueca Greta Garbo (que assinava pela MGM, na altura). Até 1935, trabalha em vários filmes realizados por Josef von Sternberg (o mesmo que realizara The Blue Angel e que já se encontrava sedeado nos Estados unidos), cultivando uma imagem de femme fatale (von Sternberg persuadiu-a a perder peso e treinou-a intensamente na representação).
Na sequência do êxito desta película, Dietrich muda-se para Hollywood, sob contrato com os estúdios da Paramount Pictures - a ideia era que a atriz germânica fosse uma espécie de resposta à sueca Greta Garbo (que assinava pela MGM, na altura). Até 1935, trabalha em vários filmes realizados por Josef von Sternberg (o mesmo que realizara The Blue Angel e que já se encontrava sedeado nos Estados unidos), cultivando uma imagem de femme fatale (von Sternberg persuadiu-a a perder peso e treinou-a intensamente na representação).
Um dos primeiros filmes norte-americanos, fruto desta colaboração entre os dois, foi "Morocco" (no qual contracenou com Gary Cooper), que tornou icónica a imagem da atriz numa gravata branca e a beijar uma mulher - polémicas para a época. Foi também o filme que lhe valeu a primeira - e única - nomeação para os Óscares.
"Shanghai Express", de
1932, seria o filme de von Sternberg e Dietrich com mais sucesso nas
bilheteiras, e só em 1936 a atriz faria outro filme que não com o
realizador que a descobriu. "The Garden of Allah",
desse mesmo ano, foi a película independente que fez fora da Paramount,
tendo regressado em 1937 para os estúdios, para rodar a comédia
romântica "Angel". As suas longas metragens, a partir daí, não equiparariam o sucesso das anteriores.
Conhecida pelos pontos de vista políticos inabaláveis, confessou ter recusado quando um dia foi abordada pelo partido Nazi para regressar à Alemanha e foi uma das primeiras celebridades a angariar fundos
para financiar as operações militares durante a II Guerra Mundial. Não é
de estranhar, por isso, que em 1939 se tenha tornado oficialmente uma cidadã norte-americana.
Em 1944, Marlene Dietrich fez parte de um projeto de propaganda musical que
visava desmoralizar os soldados inimigos - para o efeito, a atriz
gravou uma série de melodias em alemão, incluindo a conhecida, "Lili Marleen". Pelos seus contributos durante o período bélico, foi-lhe atribuida a Medalha da Liberdade, pelo Governo norte-americano, em 1947.
Da década de 50 à década de 70, o seu estilo de vida profissional compunha-se, maioritariamente, dos seus espetáculos enquanto artista de cabaret,
continuando a sua vertente de cantora em palco. Atuou em diversos
pontos do globo, de Las Vegas a Paris, e até na Alemanha, em 1960, a sua
primeira visita pós-guerra. Foi também nesse ano que a sua
autobiografia, "Dietrich's ABC", foi publicada.
Nos anos 70, Marlene Dietrich já tinha deixado de lado por completo a sua carreira enquanto atriz: mudou-se para Paris,
vivendo quase reclusa e fora do olhar público, tendo apenas emprestado a
voz - mas não a imagem - para o documentário sobre a sua vida, "Marlene" (1984).
Falece a 6 de Maio, de 1992, na sua casa parisiense, e foi enterrada em Berlim, junto da mãe. Mas o nome icónico vive para sempre nos seus filmes, no seu estilo inconfundível, e na forma como marcou uma época, desafiando-se a si e aos costumes de uma era.



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